Se houvesse mais sensibilidade,
Se ao invés de falar ele sentisse meu cheiro de flor
Dancei todos meus amores, terrores, pudores
Castiguei meus pés, poderia ser diferente, poderia...
Ele não sabia meu idioma
Coloquei meus olhos sobre ele, eu vi!
Ele não me viu, ele só queria pensar
Veja! Sinta o som das minhas palavras
Sinta como ela bate em seu rosto, sinta, sinta!
Ele não sabia meu idioma
Meus seios guardam mais do que prazer
Meus decotes, sustentam uma vida que darei, dei
Faça do meu corpo, um tecido vermelho
Sinta como é, deslize, prenda.
Mas, tome cuidado
Ele rasga, ele sente.
Segure com sensibilidade intensa
Deixe em mim/nele seu suor amoroso, desejoso
Ele não sabia meu idioma
O beijo é para dentro.
Beijar é sentir outros mundos
Solte em suas lágrimas suas tristezas e medos
Sinta minha bossa nova, simples e natural, sinta-me!
Não rime! Não rime!
Seja minha rima, seja agora
Ele não sabia meu idioma
Enquanto salivava dizeres, senti uma sede de amar
Sonhei palavras ao ouvido, acordar acompanhada
Sonhos misturados no mesmo travesseiro, cheiros pelo ar
Me fantasiei de bailarina, estou nua, ele se desprendeu como folhas
Suas folhas já não me cobrem, sou brisa da noite, sereno que refresca
Me perdi, sem idioma.
Levo nas mãos o que é sensível, o que calou
Ele não sabia meu idioma
Meus olhos pintados, meus brincos de argola, meus pés, meus cabelos
Nada foi visto, nada foi visto, o simples não foi visto, é simples!
Passe seus olhos em meus poros, sinta minhas cores e me toque
A palma da minha mão deixa em você minha forma de dizer em silêncio
Se não fala meu idioma, sinta-me!
Flores, cores, cores, cores, flores e cores, sinta-me!
Beba minhas lágrimas, estou nelas, estou nelas
O sorriso virá, primavera virá, levará tudo que secou
Então, vou florescer!
Já posso sentir os brotos de um novo amor.
Danilo Roberto Almeida Alves
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