Sintaxe À Vontade

Bem vindos a minha caixinha "Balaio" de lembranças

sábado, 23 de outubro de 2010


Se houvesse mais sensibilidade,
Se ao invés de falar ele sentisse meu cheiro de flor
Dancei todos meus amores, terrores, pudores

Castiguei meus pés, poderia ser diferente, poderia...

Ele não sabia meu idioma

Coloquei meus olhos sobre ele, eu vi!

Ele não me viu, ele só queria pensar

Veja!
Sinta o som das minhas palavras
Sinta como ela bate em seu rosto, sinta, sinta!

Ele não sabia meu idioma

Meus seios guardam mais do que prazer
Meus decotes, sustentam uma vida que darei, dei

Faça do meu corpo, um tecido vermelho

Sinta como é, deslize, prenda.

Mas, tome cuidado

Ele rasga, ele sente.

Segure com sensibilidade intensa

Deixe em mim/nele seu suor amoroso, desejoso

Ele não sabia meu idioma

O beijo é para dentro.

Beijar é sentir outros mundos

Solte em suas lágrimas suas tristezas e medos

Sinta minha bossa nova, simples e natural, sinta-me!

Não rime! Não rime!

Seja minha rima, seja agora

Ele não sabia meu idioma

Enquanto salivava dizeres, senti uma sede de amar

Sonhei palavras ao ouvido, acordar acompanhada

Sonhos misturados no mesmo travesseiro, cheiros pelo ar

Me fantasiei de bailarina, estou nua, ele se desprendeu como folhas

Suas folhas já não me cobrem, sou brisa da noite, sereno que refresca

Me perdi, sem idioma.

Levo nas mãos o que é sensível, o que calou

Ele não sabia meu idioma

Meus olhos pintados, meus brincos de argola, meus pés, meus cabelos

Nada foi visto, nada foi visto, o simples não foi visto, é simples!

Passe seus olhos em meus poros, sinta minhas cores e me toque

A palma da minha mão deixa em você minha forma de dizer em silêncio

Se não fala meu idioma, sinta-me!

Flores, cores, cores, cores, flores e cores, sinta-me!

Beba minhas lágrimas, estou nelas, estou nelas

O sorriso virá, primavera virá, levará tudo que secou

Então, vou florescer!

Já posso sentir os brotos de um novo amor.



Danilo Roberto Almeida Alves

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